segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A LOVE AND A HALF

Essa história não tem pé nem cabeça, mas tem um coração. Ou melhor, dois. Quem sabe, não por inteiro... Não por falta de vontade, nem sorrisos de menos, mas por simples destino.

Lá estava o casal, sentado um ao lado do outro. O ônibus balançava, e a cada freada suas mãos quase se encontravam. A intimidade era nítida, mas por algum motivo qualquer, cismavam em se distanciar no susto dos solavancos do trajeto. De fato os olhares não conseguiam se perder, ou melhor dizendo, se desprender, fica a gosto. Passava no olhar uma vontade de ficar, sem saber o porquê, e um medo sem tamanho de conseguir. É... Nunca lhe passou pela espinha o medo de ser capaz? Do desconhecido por trás do sucesso? E o que vem depois? Numa súbita coragem, os olhos arregalaram-se, a boca tremeu, as pernas se esqueceram do próprio caminho: o rapaz ameaçou querer mais do que temer. Mas quem diria, o ponto chegou. A moça foi, e consigo levou a lembrança de um sorriso, que através da janela do ônibus refletiu o que agora certamente lhe afirmo: era amor.

(texto produzido para a matéria de processos criativos, PP- PUCPR, 2º período)

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